o nome mais belo do medo
Tu me inventaste. Não há um ser assim,
e nem poderia um ser assim haver.
O médico não cura, o poeta não consola-
uma aparição te assombra dia e noite.
Nós nos encontramos num ano inacreditável
quando as forças do mundo se esgotavam;
tudo estava de luto, murcho pelo infortúnio
e só os túmulos mantinham-se frescos.
Sem as luzes da rua, o Neva era um breu
e na espessa noite eu estava emparedada...
Foi então que minha voz te chamou.
Por que ela o fez- ainda não entendo.
Mas vieste a mim, guiado pela estrela,
naquele outono trágico, entrando
naquela casa irremediavelmente arruinada,
de onde fugira um rebanho de versos calcinados.
18/8/1956
Anna Akhmátova.
e nem poderia um ser assim haver.
O médico não cura, o poeta não consola-
uma aparição te assombra dia e noite.
Nós nos encontramos num ano inacreditável
quando as forças do mundo se esgotavam;
tudo estava de luto, murcho pelo infortúnio
e só os túmulos mantinham-se frescos.
Sem as luzes da rua, o Neva era um breu
e na espessa noite eu estava emparedada...
Foi então que minha voz te chamou.
Por que ela o fez- ainda não entendo.
Mas vieste a mim, guiado pela estrela,
naquele outono trágico, entrando
naquela casa irremediavelmente arruinada,
de onde fugira um rebanho de versos calcinados.
18/8/1956
Anna Akhmátova.
1 O mundo em ti:
foda.
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