25.7.05

botar fogo em tudo, inclusive em mim

Por afrontamento do desejo insisto na maldade de escrever. Que nem malabarista nasci, podia pelo menos ser distraída já que estou nessa (digamos) queda por um abismo.

Mentira. Isso é coisa de gente lamentosa. Eu sou é triste e no rastro da tristeza chego a crueldade. Desta crueldade intensa que te toma as duas mãos. Como todos... human kind etc etc.
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É uma lanchonete. Na TV em diagonal salta a vulgaridade do acaso: é a novela das 8h, um casal medonho vestido à la caribesca canta Guantanamera. Só pra fechar o dia dos compassos datilografados na rua, pela versão em repeat, só que Compay Segundo, gracias. Já dizia meu comparsa em Q.Borba: "Mas a vida, meu rico senhor, compõe-se rigorosamente de quatro ou cinco situações, que as circunstâncias variam e multiplicam aos olhos." Falando em olhos, os meus tão acostumados a não ver, pararam de voltear-sem e fixaram o calendário da Casa de Carnes, tentando rondar em vermelho, a minha lacuna que não pára de preencher o vazio de mais uma espera.

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Queria te dar, pouco a pouco, tudo o que me crava a tua incerteza. Não seria osso, talvez não tivesse a tal profundeza.

17.7.05

os caminhos conduzem ao princípio do drama e da flora

Go, go, go, said the bird: human kind
Cannot bear very much reality.

(T.S. Eliot)

14.7.05

i don´t know why you say goodbye, i say hello

Talvez eu volte, um dia eu volto, quem sabe? Apesar de que agosto não tem carnaval e se não tem volta também não tem fim. Se ao menos soubesse celebrar, se eu pudesse divinizar a ausência, a distância: clareza é uma coisa em que se crê? Now I find I’ve changed my mind and opened up the doors, não feche, help me, get my feet back on the ground. Mamãe bem que me avisou, só confie em constelar, estrelinha, lagartixa.

Respiro. É a lucidez chegando? 'não se entregue', ela me diz. E quando me diz 'desista', penso contra o que voltar tudo isso que acaba por se acumular em fúria? Outro bem em comum, pois é, há tantos peixinhos a nadar no mar como? já vai? eu? vou, e vendada.

12.7.05

oh lord, don´t let them drop that atomic bomb on me

ah, meu amado amigo, pois é, i´m alive vivo muito vivo. e vê se pára de berrar esse seu
'descortina! descortina, já!'. arranca mas de-va-gar-zi-nho, que esse babado em crochê saiu de moda quando vieram as listras! pensei num'lizard', estou generosa, não? mas você viu, né, era só um cabo negro desencapado saindo por uma sub-espécie de uma genérica tampa de esgoto.
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Se un coup de dés jamais n'abolira le hasard, invisto em gerenciamentos de riscos, e é 1 e é 2 e é 1 2 3 4. agora eu vou dormir, de novo. só faço isso desde ontem de manhã. fica direitinho, justinho (cf.justiça) e abole, lança:

Old stone to new building, old timber to new fires,
Old fires to ashes, and ashes to the earth
Which is already flesh, fur and faeces,
Bone of man and beast, cornstalk and leaf.

10.7.05

alegrias, tristezas e brinco

Go, go, go, said the bird: human kind
Cannot bear very much reality.

(T.S. Eliot)

5.7.05

s.o.s.

duvido e é à toa. ai ai, que crase, hein. um tilt da cabeça aos pés pois não seria que possível. e é? passo pra trás, vem que eu ainda começo a perceber. bom. também é ignição, o medo. e dar o contorno é um contínuo desfazer, derreter-se com destino, as a Chinese jar still, Moves perpetually in its stillness. é farpa? fagulha? fácim. vai vai vai, não vou. logo. passar pra frente, mas agora e com esse sono? dançar dancei, mas não berro, não é tipo, é mover. dancei e que sede e chega já! não agüento que é até mesmo no gole d´água, memória e remissão, ixi, pasto dos vulgares. esquecer (blame it on)? é, procuro. e se você pára de parecer com você na foto é sua culpa ou é minha? é. não quero dizer mais nada. muito menos o porque. marrakesh, amanhã?

***
.....?
...!
...!

***
deixe de manhã, dorme com os anjos, fia, com os anjos tudo de branco tudo.

T.S.Eliot

At the still point of the turning world. Neither flesh nor fleshless;
Neither from nor towards; at the still point, there the dance is,
But neither arrest nor movement. And do not call it fixity,
Where past and future are gathered. Neither movement from nor towards,
Neither ascent nor decline. Except for the point, the still point,
There would be no dance, and there is only the dance.
I can only say, there we have been: but I cannot say where.
And I cannot say, how long, for that is to place it in time.
The inner freedom from the practical desire,
The release from action and suffering, release from the inner
And the outer compulsion, yet surrounded
By a grace of sense, a white light still and moving,
Erhebung without motion, concentration
Without elimination, both a new world
And the old made explicit, understood
In the completion of its partial ecstasy,
The resolution of its partial horror.